sábado, 6 de abril de 2013

Ser mulher é ser quase feliz

Isto é verdadeiro. Quando criança, a menina observa o irmão mais velho. Ele pode tudo, anda de pés descalços, sobe em árvore e rola pelo chão. E quando ele passa do limite, ouve apenas: filho cuidado, você pode se machucar.

Aí começa a diferença. A menina recebe outro tratamento. O não é constante no seu dia a dia.

Não se comporte como moleque! Você é uma menina. Assim ela tem que reprimir muito dos seus desejos.

A menina cresce. Já adolescente, ela continua ouvindo o irritante não pode. Sua blusa está muito decotada, não fica bem para uma menina moça. Uma jovem de família não pode usar uma maquiagem muito pesada, isto lhe faz parecer uma mulher vulgar. Saia muito curta não fica bem para uma mocinha.

Mulher feita, certa de ter encontrado o homem da sua vida, o maldito não continua a atormentá-la. O não desta vez, vem de uma mãe preocupada. Filha, não dê liberdade para este moço. O seu corpo é o templo do espírito santo. Por ouvir tantas recomendações, a moça deixa de conhecer mais profundamente o seu futuro esposo, levando-a a uma união, muitas vezes desastrada. E assim sem poder externar os seus sentimentos ela se torna insegura e incapaz de diferenciar o verdadeiro amor do desejo sexual.

E chega a idade adulta, obrigando-a enfrentar os problemas que o mundo oferece. Para este enfrentamento, uma boa capacitação acadêmica e profissional é imprescindível. Neste momento, a mulher, mesmo insegura, tem de buscar força interior e mostrar à sociedade que ela é tão capaz quanto o homem. Enfrentando estes desafios, a mulher parte para a guerra.

Embora com jornada dupla, ela desempenha o seu papel de esposa, mãe, profissional liberal, procurando neste turbilhão de sentimentos a felicidade.

Conseguindo ou não todas as suas metas, a mulher jamais se sente completamente feliz.

Hoje a mulher se emancipou. Ela já não dá satisfação dos seus atos, tem sua independência financeira e não precisa do marido para sobreviver. Ela se doa por amor.

Mas para mim, ser mulher é ser quase feliz.

Uma homenagem à mulher brasileira.






Maria Luiza Amaro

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