domingo, 16 de dezembro de 2012

A BELEZA DO MEU FLAMBOYANT


Sentada em minha varanda contemplo a beleza do meu jardim. Como ele é lindo!
Logo na entrada, duas fileiras de pingos de ouro parecem vigiar para que ninguém pise na grama. Entre as duas passarelas, na entrada para o carro, uma faixa verde de grama quebra a frieza do cimento e oito palmeiras muito bonitas, mas que não alcançaram o seu total crescimento, ladeiam as passarelas. Do lado direito de quem entra, o muro já esta coberto por heras. No canto, uma palmeira parece emoldurar a parede. Bolas de pingo de ouro formam conjuntos que dão uma leveza ao ambiente. Subindo um pouco, quatro ciprestes altaneiros se sobressaem pela altura e pelo colorido. A poucos passos da janela do meu quarto há um bouguevile, carregado de flores lilases, servindo de palco para uma orquestra de pássaros cantores que, ao alvorecer, me acordam com uma alvorada festiva.

Voltando meu olhar para a esquerda de quem entra, vejo um bouguevile de altura media que se sobressai pelo colorido de suas flores vermelhas. Um pouco acima, quatro pingos de ouro, em forma de bolas, se harmonizam com o vermelho vibrante do bouguevile. Pena que a hera que cobre o muro, à esquerda de quem entra, não se desenvolveu completamente, deixando parte do muro a descoberto. Uma roseira, com rosas amarelas, tenta embelezar a falha da hera. Creio que tanto a hera como a roseira aproveitarão a época de chuvas para alcançarem o completo desenvolvimento. Duas outras plantas apresentaram problemas, pois suas folhas estão amareladas e sem brilho. Talvez o excesso de sol não lhes tenha permitido um bom desenvolvimento. Porém, com as chuvas, penso que tudo irá se resolver. Meu jardim terá uma beleza simétrica.

Continuando a subida, ao lado esquerdo, uma arvore nativa do serrado se impõe por sua beleza exótica. Num dos seus galhos, pendurei uma bandeja com sementes onde um bando de periquitos vem fazer a sua primeira refeição. É impressionante vê-los inquietos, pulando de galho em galho, esperando que Serginho lhes sirva as sementes. Ao entardecer, a passarada volta para a última refeição. Três pés de orquídeas e um hibisco arrematam o lado esquerdo. No centro, um gramado bem cuidado é iluminado à noite por um lampião. É neste tapete verde que outros pássaros vêem a procura de alimento durante o dia.

Todos os meus visitantes admiram a beleza do meu jardim, mas aos meus olhos, ele não estava completo. Em meu jardim faltava a arvore de minha preferência, um flamboaiã; e da varanda eu imaginava a beleza que traria um flamboaiã plantado logo no inicio do tapete de grama que cobre toda aquela área. Parece que minha filha, Valeria, leu o meu pensamento. Ela me trouxe, de presente, uma muda de árvore falando-me ao me entregar: mamãe é para você este flamboaiã. Foi inacreditável! Estava em minhas mãos a árvore com que sempre sonhei para o meu jardim. Agora era só plantá-la e vê-la crescer.

Inicialmente apenas um pouco de água era o suficiente para regá-la. Porém, seu desenvolvimento foi rápido. Com o tempo, ela necessitou de mais água e de um fertilizante próprio para sua espécie. Depois, para regá-la, passei a usar a mangueira. Tudo estava bem com a minha arvore. Ao completar um ano ela estava alta, seu tronco engrossou e suas folhas eram de um verde brilhante. No seu quarto ano de vida, nenhuma flor desabrochou. No ano seguinte, já aos cinco anos, algumas flores coloriam a minha arvore. A demora me irritava. Veja só, plantei e cuidei desta arvore com desvelo e aos cinco anos ela me presenteou com pouquíssimas flores. Isso decepciona qualquer um.

No outono de 2012, meu flamboyant começou sofrer transformações. Suas folhas caíram todas e dos seus galhos brotaram vagens negras de mais ou menos quarenta centímetros.  Que horror! A arvore dos meus sonhos tinha ares de assombração. Nem mesmo o vento dava movimento a aqueles galhos secos. Aquela visão me entristecia. Foi então que resolvi me livrar daquele fantasma. Precisava urgentemente encontrar alguém para tirá-la dali. Meu jardim estava triste e o meu coração também. Era doloroso abrir a janela do meu quarto e ver aquele horror. Não sei se era minha imaginação, mas até a alvorada dos meus pássaros já não era tão festiva.

Certa manhã, ainda sonolenta, abri a janela e não acreditei no cenário de cor e beleza que se estampava diante dos meus olhos. O meu flamboyant estava coberto de flores de um colorido laranja avermelhado tão perfeito que, aqui na terra, nem mesmo Leonardo Da Vinci  seria capaz de pintá-lo. O que eu estava vendo foi pintado por mão divina. Tudo muito lindo, perfeito. E eu, na minha ignorância, quase destruí a obra divina que o criador estava preparando para embelezar o meu jardim. Sinceramente eu não sabia que para alcançar idade adulta e exibir tanta beleza o flamboyant teria que passar por tamanha transformação.
Agora, com o meu jardim completo e lindo, estou feliz e agradecida a Deus por não ter me permitido destruir a árvore dos meus sonhos.
Maísa, 13 novembro de 2012.

É só uma avaliação


Quantos amigos fizemos durante este ano de convivência! Dia a dia nos aproximamos das pessoas e sem perceber nos sentimos a vontade para contar os nossos problemas e buscar conforto para as angustias que nos atormentam. Esta aproximação nos traz segurança mostrando assim como é bom ter amigos.

Freqüentando a UGG, além de fazermos boas amizades, melhoramos o nosso preparo físico, praticando alongamento, pilates, hidroginástica e caminhanda. Conseguimos nos atualizar ouvindo palestras esclarecedoras sobre vários assuntos, muitos deles direcionados à nossa faixa etária. Como por exemplo, fugir da rotina que nos deixa entediados e acreditar que embora estando na terceira idade, temos o direito de amar e ser amados e que o sexo faz o velho feliz.

Seria leviano da minha parte querer avaliar o íntimo dos colegas, mas vendo o entusiasmo deles, durante os nossos encontros e festas comemorativas, posso afirmar que a UGG lhes trouxe grandes benefícios.

O carinho e a atenção que recebemos desta equipe de médicos, preparadores físicos, psicólogos e sociólogos nos deixam seguros para enfrentarmos qualquer problema que possa nos abalar.

Peço então aos meus colegas que frequentem assiduamente as nossas aulas, retribuindo assim o desvelo de nossos orientadores.

Sinceramente, estar aqui, todos os dias, para mim é um prazer. Se por força maior não possa comparecer a qualquer evento, me sinto incomodada.

Serginho e eu amamos a UGG e ficariamos felizes se todos vocês sentissem o mesmo.

Feliz Natal e que possamos voltar, em 2013, cheios força e alegria para juntos enfrentarmos os vários anos que nos esperam.

Maria Luiza Amaro - Dez 2012    


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Meio século e seis anos de vida. Um salto no escuro.

56 anos de casada é uma vida. Não me sinto à vontade para descrever tão longo tempo. Constrange-me dizer que aquele amor que imaginava ser perfeito, pelo qual lutei tanto, me levou a não ouvir a minha mãe e também não me fez feliz. Serginho e eu nos amávamos intensamente, mas a inexperiência e a falta de estrutura não me deixaram viver aquele amor. A solidão era outro agravante. Serginho viajava muito e eu ficava só, sem ninguém para me comunicar, aumentando assim a minha depressão.

O tempo passou, os filhos foram chegando e uma força vinda do alto me fez abraçar a minha missão, preservando assim o meu amor por Serginho. No pouco tempo que ele passava comigo, eu vivia um amor pleno e nada interferia em nossos momentos. A cada vinte minutos de amor me capacitava para vinte e quatro horas de luta.

Por me sentir amada, por meu marido e por Deus, consegui formar esta família maravilhosa: sete filhos e doze netos. Eram treze, mas Deus levou o meu Alisson. Agora são doze, mas a lembrança do meu lindo e querido “Baixo” ficará para sempre no meu coração.

Os oito bisnetos não ficarão somente em oito. Mais bisnetos virão com a graça de Deus.

Com este relato, quero dizer para vocês que foi preservando meu amor, aprendendo a renunciar, sendo generosa nos momentos mais difíceis, sabendo esperar e confiando em Deus, que consegui esta linda família. Não se esqueçam: o amor não pode apagar. Sem a chama do amor a caminhada fica impossível.

Hoje posso dizer: O MEU AMOR POR SERGINHO ME TROUXE FELICIDADE.

Maisa, outubro de 2012.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Um ano de UGG


Um misto de gratidão e alegria invadiu o meu ser. Sim, estou grata às mentes iluminadas que, por meio da Aeronáutica, projetaram e administram a unidade de geriatria e gerontologia do HFAB. Esta casa maravilhosa que acolhe e permite ao militar reformado um convívio alegre onde ele encontra antigos companheiros de farda e, entre risos, relembram os bons e difíceis momentos que passaram em terra e no ar. Estou grata ao ver os nossos militares idosos voltarem ao seu antigo lar não para desempenhar uma nova missão, mas para receber em forma de reconhecimento pelos serviços prestados à nação, o apoio físico e psicológico que tanto precisam. Estou grata de poder acompanhar o meu marido em seus exercícios diário e sentir o quanto isto lhe faz bem.  
   Como disse: sinto alegria. Sim, muita alegria, em receber o carinho e atenção desta equipe maravilhosa que nos recebe com um sorriso e, pacientemente, ouve as nossas queixas. A competência destes jovens médicos, enfermeiros, sociólogos, professores e psicólogos no trato conosco, nos faz esquecer que estamos em contagem regressiva.
Logo na entrada, militares e civis nos transmitem amor ao primeiro bom dia, o que faz nos sentir em casa. Casa esta, zelada por dedicados serventes.  
Estou certa que esta alegria e gratidão não é um privilégio só meu; creio que todos os meus colegas da UGG tem o mesmo sentimento.
Agradeço a Força AÉREA BRASILEIRA, que como mãe carinhosa conduziu a sua tropa de idosos a esta casa acolhedora e bem estruturada, livrando-os assim do ostracismo.

Obrigada e um bom dia.  

Namorar faz bem


A atração física nos leva a se aproximar de alguém, iniciando um relacionamento: o namoro.
A paixão surge poderosa e envolve o casal, que troca juras de amor, os corpos de tocam e de repente estão em frente a um padre ou juiz, prometendo amor até que a morte os separe.
Casados, família formada, eles se esquecem da paixão e do amor que os uniu. A rotina, os problemas financeiros e familiares ajudam esse esquecimento. No casamento, temos que estar preparados para a ação do tempo. O casal perde a beleza física e o desejo sexual já não está tão presente. Surgem então as cobranças e as acusações. O fogo da paixão vai se apagando e o casal não encontra prazer de andar de mãos dadas, de um jantar a luz de velas ouvindo uma música romântica, parar durante uma caminhada no parque e trocar um beijo apaixonado, namorar. Namorar apesar das rugas e da barriga avantajada, namorar sempre.
À noite, os dois na cama, depois de assistir o jornal de todas as emissoras ou fazer várias páginas de palavras cruzadas, aproximem-se um do outro. O menos cansado tome a iniciativa de um carinho, de um chamego, de um beijo apaixonado e diga: eu te amo. E se com peso da idade o organismo não ajudar, conforme-se com o verdadeiro amor e alimente-o com as boas lembranças de quando a paixão incendiava os seus corpos. É bom namorar, foi namorando sempre que eu e Serginho conservamos esse casamento de 56 anos.
Se algum casal aqui presente parou de namorar, não percam tempo; reiniciem imediatamente e eu lhes garanto, a vida ficará muito melhor.

Esta mensagem foi dedicada aos idosos do clube Bom Viver no dia dos namorados.

Brasília, 12 de junho de 2012.

Maisa

terça-feira, 25 de setembro de 2012

É pra ti Baixo.....

Caiu uma folha da minha arvore. Foi a minha primeira perda. Sempre que eu olhar aquele lugar vazio, vou lembrar que ali havia uma folha viçosa balançando a cada rajada de vento. Como ela era linda! Transmitia paz. Parecia estar ali esperando as flores que a primavera traria; não entendi porque uma folha tão jovem caiu e as flores não desabrocharam. Sem a folha a arvore ficou triste e também a minha alma.
Sinceramente não estava preparada para o sofrimento. Se a dor é física basta um remedinho para alivia-la, mas se nossa alma dói, só um medicamento ministrado pelo doutor dos doutores será capaz de curar este mau. Este medicamento é a fé em Deus. E Deus sabendo da fé que eu tenho nele, segurou a minha mão e esta me conduzindo neste momento difícil da minha vida.
Foi deus que me ajudou plantar esta arvore. Eu a adubei com amor e carinho especial. Acreditei que ela estava forte e as suas folhas resistiriam a mais forte ventania. Como estava enganada; inexplicavelmente um vento soprou e a folha cheia de vida caiu voando para bem longe. Sem poder vê-la ou toca-la, só me resta chorar a sua ausência. Com um sopro deus derrubou a minha folhinha.
Cada folha da minha árvore tem um nome. Esta que o sopro divino levou se chamava Alisson. Em vida Alisson, tu gostavas de enfrentar desafios. Agora podes voar. Voa para bem longe e o céu se abrirá para ti receber. Não esquecerei de como era linda a minha arvore com a tua presença. Outras folhas nascerão mas nenhuma delas ocupará o teu lugar.
Descansa em paz meu neto. Deus não aceitou que eu fosse em teu lugar mas estou certa que em breve nos encontraremos.
Deus seja louvado
Vovó
Maria Luiza Q P Amaro

domingo, 23 de setembro de 2012

Oração

Obrigada senhor pela sua presença constante ao meu lado. 
Tu és a força no momento da fraqueza. 
Tu és a paz na atribulação e na angustia, és a rocha que alicerça os meus projetos e o embala harmoniozo que me acalma nas noites de inquietação. 
Tu és a luz que ilumina o meu camiho e a energía que me faz caminhar. 
Tu envolves toda minha vida e estás presente em cada momento que vacilo. Quando caio me levantas, quando me decepciono me animas, quando sinto medo me fortaleces.
Em ti confio plenamente e a todo momento rendo graças pelas bençãos e maravilhas que realizas a cada dia.
Amem